domingo, 30 de setembro de 2018

Aquilo que vem da Alma

Aquilo que vem da Alma

Aquilo que vem da Alma é o título de um livro que escrevi em 2006, sobre danças e o Outro lado da Dança, fornecido como material didático para alunas dos meus cursos profissionalizantes.

Segue um trecho:


A Beleza como um Todo

Já os Deuses nos ensinaram que o corpo é o templo onde habita nossa Alma.
Para uma bailarina de dança do ventre, ou dança oriental, o corpo é uma fonte de pesquisa infinita e quanto mais se descobre do que ele é capaz, encontrando seus diamantes por lapidar, maior se torna o interesse por aprender-se.
Uma exteriorização da Deusa interior existente em cada mulher, então seu inconsciente a lembra de que a alma transmite a mensagem como quem entoa um mantra, e seu corpo responde como um templo vibrando em formas-movimentos dando vida e moldando estas mensagens que mais se parecem com uma prece divina.

A dança do Oriente, (Raqs Sarqui) é uma arte tão antiga que até os dias de hoje não se pode comprovar sua origem, uma vez que não existe nada documentado. As lendas são muitas, para mim, a mais bela de todas, é  a das bailarinas sagradas dos templos, na qual narra a origem da dança dos sete véus, onde elas, as sacerdotisas, dançavam em homenagem à grande Deusa, e cada véu, simbolizava um degrau de evolução do espírito, com as cores dos chakras, os véus eram retirados um a um, como o desvendar das máscaras que a impediam de ver além do seu limite físico, a venda era retirada, simbolizando a descida da matéria e ascenssão do espírito.

Hoje em dia, a dança  ultrapassou não somente os limites dos templos como se fortificou pelo ocidente, ao qual foi dado o nome de “dança do ventre” pelos franceses. 
Conta uma outra lenda, que um distinto Príncipe, desejava encontrar uma bela mulher para ser sua companheira, porém não se agradava de nenhuma princesa as quais lhe apresentava,  até que uma dia, houvera uma festa em seu reinado, e entre outros espetáculos, uma graciosa e sensual bailarina entra ao ouvir o som dos tambores dos músicos e dá início à uma dança quase que hipnotizante. No final da apresentação, o príncipe chama seu conselheiro e pede que lhe lhe pergunte: “- De onde vem esta dança?” E seu conselheiro pede para que a própria bailarina o responda, então ela diz: “- Majestade, a inspiração do poeta vem do coração, do cantor vem da voz, mas nesta dança, a inspiração vem do corpo todo...”

Podendo ser dançada por qualquer pessoa em qualquer idade, a dança do Oriente (chamarei assim, pois dança do ventre é apenas uma entre muitas  vertentes desta dança de variadas e maravilhosas influências), é reconhecida visualmente pela sua capacidade de mover partes do corpo separadas e juntas como um todo.
A beleza vem de dentro, A beleza num todo, ou seja: Ouvir a oração que alma canta, para o corpo moldar e expressar através da estrutura que se adquire ao longo da jornada individual de aprendizagem.
Vanijah Mahamudra